Neste post de hoje vamos fazer um pouco diferente das postagens anteriores sobre este tema: 20 ditados populares: suas origens e significados. O diferencial será conhecer a origem destes provérbios.
Os provérbios e os ditados populares constituem uma parte
importante de cada cultura.
Historiadores e escritores já tentaram descobrir a origem
dos ditados populares, mas essa tarefa não é fácil, pois cada cultura têm seus
ditados e que são aplicáveis aos seus cidadãos.
Significado:
Diz-se da pessoa que não quer ver o que está mesmo à sua frente. Nega-se a ver
a verdade.
Histórico:
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul
D’Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel.
Foi
um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a ver
ficou horrorizado com o mundo que via.
Disse que o mundo que ele imagina era
muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar
no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a
história como o cego que não quis ver.
2-Andar à
toa
Significado:
Andar sem destino, despreocupado, passar o tempo.
Histórico:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está “à toa”
é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Jorge
Ferreira de Vasconcelos já escrevia, em 1619: Cuidou de levar à toa sua dama.
3-Casa da
mãe Joana
Significado:
Onde vale tudo, toda gente pode entrar, mandar, fazer o que quiser, etc.
Histórico:
Esta vem da Itália. Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença
(1326-1382), liberou os bordéis em Avignon, onde estava refugiada, e mandou
escrever nos estatutos:
“Que tenha
uma porta por onde todos entrarão”. O lugar ficou conhecido como Paço de Mãe
Joana, em Portugal. Ao ir para o Brasil a expressão mudou para “Casa da Mãe
Joana”.
4-Onde Judas
perdeu as botas
Significado:
Lugar longe, distante, inacessível.
Histórico:
Como todos sabem, depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em
depressão e culpa, vindo a se suicidar enforcando-se numa árvore. Acontece que
ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele.
Logo os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente,
estaria o dinheiro. A história é omissa daí pra frente. Nunca saberemos se
acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos.
5-Quem não
tem cão caça com gato
Significado:
Ou seja, se você não pode fazer algo de uma maneira, desenrasque-se e faça de
outra.
Histórico:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se
dizia “quem não tem cão caça como gato”, ou seja, se Esgueirando, astutamente,
traiçoeiramente, como fazem os gatos, ou seja, sozinho, fazendo tu mesmo as
coisas!
6-Quem tem
boca vai a Roma
Outro ditado
que no popular toda a gente erra é: ‘Quem tem boca vai a Roma.’
Entende-se,
de um modo errado, que quem se sabia comunicar ia a qualquer lugar!
O correto é:
‘Quem tem boca vaia Roma.’ (do verbo vaiar).
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7-Não entender patavina
Significado:
Não saber nada sobre determinado assunto. Nada mesmo.
Histórico:
Tito Lívio, natural de Patavium (hoje Pádova, na Itália), usava um latim
horroroso, originário de sua região. Nem todos entendiam. Daí surgiu o
Patavinismo, que originariamente significava não entender Tito Lívio, não
entender patavina.
8-Bicho-de-sete-cabeças
Representa a
atitude exagerada de alguém que, diante de uma dificuldade, coloca limites à
realização da tarefa, até mesmo por falta de disposição para enfrentá-la.
Tem origem
na mitologia grega, mais precisamente na lenda da Hidra de Lerna, monstro de
sete cabeças que, ao serem cortadas, renasciam. Matar este animal foi uma das
doze proezas realizadas por Hércules.
Refere-se a
uma pessoa que dá muita importância a si mesma.
A expressão
provém do tempo da monarquia em que as rainhas, quando grávidas do soberano,
eram tratadas com especial cuidado, pois iriam aumentar a prole real e, por
vezes, dar herdeiros ao trono, mesmo quando bastardos.
10-Estar com
a corda toda
Com
entusiasmo, falar sem parar.
Antigamente,
os brinquedos que possuíam movimento eram acionados torcendo um mecanismo em
forma de mola ou um elástico, que ao ser distendido, fazia o brinquedo se
mexer. Ambos os mecanismos eram chamados de “corda”. Logo, quando se dava
“corda” totalmente num brinquedo, ele movia-se de forma mais agitada e
frenética.
11-São favas
contadas
Significa
coisa certa, negócio seguro.
De acordo
com o pesquisador Câmara Cascudo, antigamente, votavam-se com as favas brancas
e pretas, significando sim ou não. Cada votante colocava o voto, ou seja, a
fava, na urna. Depois vinha a apuração pela contagem dos grãos, sendo que quem
tivesse o maior número de favas brancas estaria eleito.
12-Fazer
ouvidos de mercador
Não quer
ouvir nada a respeito da situação do comprador, apenas pensa na venda.
Orlando
Neves, autor do Dicionário das Origens das Frases Feitas, diz que a palavra
mercador é uma corruptela de marcador, nome que se dava ao carrasco que marcava
os ladrões com ferro em brasa, indiferente aos seus gritos de dor. No caso,
fazer ouvidos de mercador é uma alusão à atitude desse algoz, sempre surdo às
súplicas de suas vítimas.
13-Tapar o
sol com a peneira
Esforço mal
sucedido para ocultar uma asneira ou negar uma evidência.
Peneira é um
instrumento circular de madeira com o fundo em trama de metal, seda ou crina,
por onde passa a farinha ou outra substância moída. Qualquer tentativa de tapar
o sol com a peneira é inglória, uma vez que o objeto é permeável à luz.
14-Mais vale
um pássaro na mão, que dois a voando
Significa
que é melhor ter pouco que ambicionar muito e perder tudo.
É tradição
de antigos caçadores. Eles achavam melhor apanhar logo a ave que tinham
atingido de raspão, antes que ela fugisse, do que tentar atirar nas que estavam
a voar e errar o alvo.
São todos
iguais.
“Homines
sunt ejusdem farinae” esta frase em latim (homens da mesma farinha) é a origem
dessa expressão, utilizada para generalizar um comportamento reprovável. Como a
farinha boa é posta em sacos diferentes da farinha ruim, faz-se essa comparação
para insinuar que os bons andam com os bons enquanto os maus preferem os maus.
16-Colocar
panos quentes
Significa
favorecer ou acobertar coisa errada feita por outro.
Em termos
terapêuticos, colocar panos quentes é uma receita, embora paliativa, prescrita
pela medicina popular desde tempos remotos.
Recomenda-se sobretudo nos estados febris, pois a temperatura muito elevada pode levar a convulsões e a problemas daí decorrentes.
Nesses casos, compressas de panos encharcados com água quente são um santo remédio. E essa ação faz baixar a febre, mas não resolve o problema.
Recomenda-se sobretudo nos estados febris, pois a temperatura muito elevada pode levar a convulsões e a problemas daí decorrentes.
Nesses casos, compressas de panos encharcados com água quente são um santo remédio. E essa ação faz baixar a febre, mas não resolve o problema.
17-Cor de
burro quando foge
A frase original
era “Corra do burro quando ele foge”. A tradição oral foi-se modificando, e o
“corra” acabou em “cor de burro quando foge” que não faz sentido pois o burro
em altura alguma muda de cor.
Mas sim o original pois apesar de o burro parecer muito manso e tristonho, quando enraivecido, é muito perigoso. Então leva tudo à sua frente, por isso é melhor seguir o conselho “corra do burro quando ele foge”
Mas sim o original pois apesar de o burro parecer muito manso e tristonho, quando enraivecido, é muito perigoso. Então leva tudo à sua frente, por isso é melhor seguir o conselho “corra do burro quando ele foge”
18-De
pequenino é que se torce o pepino
Moldar o
caráter das crianças o mais cedo possível.
Os
agricultores que cultivam os pepinos precisam dar a melhor forma a estas
plantas.
Retiram uns “olhinhos” para que os pepinos se desenvolvam. Se não for feita esta pequena poda, os pepinos não crescem da melhor maneira porque criam uma rama sem valor e adquirem um gosto desagradável.
Retiram uns “olhinhos” para que os pepinos se desenvolvam. Se não for feita esta pequena poda, os pepinos não crescem da melhor maneira porque criam uma rama sem valor e adquirem um gosto desagradável.
19-Salvo
pelo gongo
Escapar de
se meter num problema por uma fração de segundos.
O ditado tem
origem na na Inglaterra. Lá, antigamente, não havia espaço para enterrar todos
os mortos.
Então, os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados para o ossário e o túmulo era utilizado para outro infeliz.
Só que, às vezes, ao abrir os caixões, os coveiros percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo (catalepsia – muito comum na época).
Assim, surgiu a idéia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino.
Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar. Desse modo, ele seria salvo pelo gongo.
Então, os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados para o ossário e o túmulo era utilizado para outro infeliz.
Só que, às vezes, ao abrir os caixões, os coveiros percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo (catalepsia – muito comum na época).
Assim, surgiu a idéia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino.
Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar. Desse modo, ele seria salvo pelo gongo.
20-Amigo da onça
Amigo falso,
hipócrita.
Segundo
estudiosos da língua portuguesa, este termo surgiu a partir de uma história
curiosa.
Conta-se que
um caçador mentiroso, ao ser surpreendido, sem armas, por uma onça, deu um
grito tão forte que o animal fugiu apavorado.
Como quem o ouvia não acreditou,
dizendo que, se assim fosse, ele teria sido devorado, o caçador, indignado,
perguntou se, afinal, era seu amigo ou amigo da onça.
Estar com a
corda no pescoço
Estar
ameaçado, sob pressão ou com problemas financeiros.
O
enforcamento foi, e ainda é em alguns países, um meio de aplicação da pena de
morte.
A metáfora nasceu de amnistias ou comutações de pena chegadas à última
hora, quando o condenado já estava prestes a ser executado e o carrasco já lhe
tinha posto a corda no pescoço, situação que, de fato, é um sufoco.
Como
sardinha em lata
Usa-se a
expressão popular sardinha em lata para designar a superlotação de veículos de
transporte público, local apertado, etc.
A palavra
sardinha vem do latim sardina. Designa o peixe abundante na Sardenha, conhecida
região da Itália. É um alimento apreciado e nutritivo, de sabor bem peculiar.
As
sardinhas, quando enlatadas em óleo ou em outro molho, vêm coladas umas às
outras.
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